sábado, 26 de setembro de 2009

Artesanato cearense





O Estado do Ceará é reconhecido por suas belezas naturais, pelo jeito caloroso e gentil de receber os turistas, mas uma das nossas belezas que o mundo já conhece é o nosso artesanato, quer seja na madeira mostrando os jangadeiros, na renda de bilbo que faz o trançado da rede de pesca, no couro que é utilizado como figurino, nas areias coloridas que desenham as praias, nas belas redes para descansar olhando o entardecer ou usando um belo chapéu de palha.




E do couro se fez um figurino...

Na Travessa Crato (Centro de Fortaleza) você encontra tudo o que precisa para decorar de modo rústico e belo sua casa de praia ou da cidade, basta olhar pra cima e ver que a vitrine é pendurada ao estilo antigo na parede para o cliente poder tocar na mercadoria.
Seu Wilson que possui loja a mais de vinte anos, é um desse que mostra o seu talento na frente da sua loja, sobre a sombra de um árvore.
Tudo começou quando ele conheceu o senhor Moreira, que fazia suas peças na calçada e corria o risco de perder a mercadoria por causa da fiscalização. Após um convite seu Moreira instalou sua mesa de trabalho na sombra daquela árvore e começou a trabalhar em segurança.
Seu Wilson observava a arte de trabalhar com o couro, e assim foi aprendendo este ofício, desde então ele assumiu a mesa do seu Moreira, que hoje está aposentado, mas as peças de couro continuam sendo produzidas a moda antiga, ricas em detalhes e acabamento. Tanto cuidado em criar peças de qualidade seu Wilson foi contratado para fazer o figurino dos soldados romanos, que se apresentam na Paixão de Cristo em Nova Jerusalém no estado de Pernambuco, “cada peça demorou três dias para ficar pronta, guardei um modelo aqui na loja, mas também fiz o figurino de uma banda de forró que resolveu homenagear os cangaceiros, teve até um restaurante que me encomendou um cinto com porta copos, limão, garrafa e saleiro”ele diz.
“Nós compramos o couro no quilo, existe a sola que é o couro do boi, mais duro, e o do bode, que pode ser com pêlo ou liso, para certo tipo de bolsa (pasta) ou cinturão para levantador de peso é melhor a sola, mas as algumas peças como bolsas menores, fica mais fácil trabalhar com o couro do bode”, ele nós conta esta história mostrando peças de tamanho diferente, cita como exemplo um jibão que utiliza oito peças de couro, para o traje completo.
Para conhecer esta e outras histórias basta o turista passear no centro da cidade, perto do antigo Mercado Central.

José Wilson Maciel
Travessa Crato n 28, Centro
Tel:(85) 9900-3394



A beleza das linhas, o trançado, que mostra desenhos de um pescador.

As rendas de bilbo, conhecidas como renda da terra, são de origem portuguesa, linhas de qualidade, presas em uma agulha de madeira com um peso redondo no lado de baixo, uma almofada feita de palha de babananeira, muitas cores e criatividade, é assim que você reconhece uma rendeira,.Mulheres que aprenderam desde criança, o segrego de manusear de 16 a 28 pares de bilbos, fazendo vestidos, blusas ou apenas rendas para acabamento de toalhas ou lençóis.

O turista pode encontrar no Mercado Central a dona Graça, que passa a semana lá concentrada criando novas tramas, “depende do molde, algumas peças são maiores, mas esta é mais fina, porém são metros de renda que fazemos, para vender; peças grandes como vestidos demoram três semanas” ela nos conta sem para de tecer.

Na Avenida Beira-Mar são as irmãs Rita de Cássia e Marluce Maria, nascidas em Acaraú, que apresentam as rendas de bilbo para que se interessar, suas peças ficam expostas no box alugado, os preços são convidativos.

Maria das Graças – Rendeira
1 Piso Mercado Central
Segunda a sábado
Centro Cultural Dragão do Mar
Quinta a domingo (18:00 as 21:00)
Tel: (85) 8892-3221/3241-3221

Rita de Cássia e Marluce Maria
Avenida Beira-Mar
Feirinha
2ª Barraca por trás do Espigão



Das areias coloridas se fez uma paisagem

A silicogravura é a arte de fazer desenho com areia, a origem não se sabe ao certo, mas conta-se que as crianças filhos de pescadores, brincavam de desenhar com a areia colorida, hoje as areias de cores naturais são protegidas pelo Ibama, com intuito de preservar, não podendo ser retiradas das praias, como Canoa Quebrada e Majorlândia.
Seu Francisco que trabalha a vinte e seis anos com silicogravura colore a areia manualmente, usando pigmentos artificiais. “Os desenhos que mostram paisagens naturais, saem da minha imaginação, mas existem desenhos que faço por encomenda, como brasões de times de futebol ou logotipo da empresas, a maior peça que já fiz foi uma bailarina numa garrafa de champanhe, daquelas bem grandes”, conta seu Francisco enquanto preenche uma nova peça.

Centro do Turismo
Ala Central loja 03
Tel:(85)8714-1123



Entalhe na madeira

Com a madeira o cearense entalha diversas formas, desde representações religiosas, a esculturas modernas. Na Avenida Beira- Mar encontram-se vários artesões que entalham a madeira de forma precisa, a origem da arte vem de antigos artesões que fabricavam jangadas. Atualmente a madeira utilizada é o Louro - Canela, da família da cerejeira que vem do Pará, das áreas de preservação, onde existe um controle rigoroso. Os principais clientes são turistas que vêem nas formas originais obras de grande valor. Contudo os proprietários de sítios e chácaras também fazem muitos pedidos. Marcos Ximenes é um artesão que entalha a mais de vinte e cinco anos, queixa-se hoje os mais novos não que aprender o ofício, preferem o computador, segundo ele, quando se refere a mão de obra de ajudantes, a ausência de um local específico para trabalhar na avenida também é uma preocupação, por isso é possível vê-lo trabalhar na avenida usando seu carrinho como apoio para as peças.

Marcos Ximenes
Tel:(85)3224-4392/9979-2049
Avenida Beira-Mar em frente ao McDonald’s














Repórter Fotográfico: Paulo André
Repórter: Keyla Marques








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